Finalizamos o curso, mas o blog continua! Por isso vou transcrever aqui alguns trechos do texto que enviei para Valécia:
O curso de artes foi muito importante pra mim. Aprendi técnicas simples e acessíveis, conheci um pouco sobre história da Arte, principalmente arte moderna e contemporânea, e conheci novas pessoas que estão na mesma ânsia que eu, na mesma sede, na mesma vontade de mergulhar nesse mundo misterioso que é o mundo das artes. Percebemos que produzir uma obra não é apenas se expressar, é estar num contexto de expressão.
Escrever sobre todo o processo desse curso não é uma coisa fácil. Foi um curso curto, mas com muito conteúdo e muita atividade. Pra mim foi muito valido porque vi coisas novas, tive acesso a coisas que nunca tinha visto, e, mais importante, descobri na arte uma paixão. O processo de criação com os trabalhos realizados nas aulas e em casa foi muito enriquecedor. Na aula, com o acompanhamento da professora, observando o processo de cada um: onde poderíamos melhorar e o que poderíamos fazer, mas nos deixando livres para construir nossos trabalhos da nossa forma. Essa liberdade foi muito importante e foi ela que me possibilitou arriscar e experimentar sem medo. Os nossos trabalhos foram enriquecendo com passar do tempo. A cada aula aprendíamos técnicas simples e acessíveis e que nós mesmos poderíamos incrementar, dar o nosso próprio toque.
No curso, me senti livre e ao mesmo tempo angustiada. A cada aula recebia mais informações e percebia mais possibilidades de criar. Cada aula recebia um monte de informações e uma enxurrada de idéias me atormentavam. Por isso não quero que esse curso seja apenas mais um curso para o currículo, uma distração. Esse curso de artes me acrescentou muito, me sinto cheia de arte, foi como uma iniciação, como se a professora Valécia tivesse aberto a porta do mundo da Arte pra mim.
O meu quadro, como o quadro dos meus colegas, não é apenas um quadro, mas é um processo de criação. Vivemos vários momentos. Há quadros em cima de quadros, pois inventamos e reinventamos. Sacrificamos algumas partes, cortamos, picotamos, queimamos, lixamos, raspamos. Brincamos com texturas, com gel, com areia. Pintamos, repintamos e seguimos assim até chegar num ponto que nos agradasse. No entanto confesso que é difícil chegar nesse ponto devido ao mundo de possibilidades que essa maneira de criar possibilita.
Nas aulas eu pude perceber que na arte contemporânea a leitura das obras está muito mais voltada para a intenção do autor do que para a forma criada. A interpretação está para além de uma leitura sobre a forma, até porque em alguns quadros as formas são praticamente indecifráveis. O processo, na arte contemporânea, é mais importante.
Tivemos acesso a muito material teórico. Os slides muito bem fetos com as obras mais marcantes e as épocas mais importantes. Com esse conteúdo introdutório cada aluno, na medida em que se interessava por um movimento ou por um artista, ia pesquisando. As aulas, divididas em parte teórica e prática, possibilitou-nos ver e criar. Depois de degustarmos e digerirmos a História da Arte, nós, cheios de força, expressávamos nossas idéias com tinta, massa, areia, recorte, gesso, gel, papel jornal, termolina, pratinho de isopor, pincel, espátula e nossas próprias mãos. Alguns colegas já cursando a Escola de Belas Artes e outros, como eu, se aventurando nesse caminho, foram descobrindo e aprendendo. Teve gente que sorriu, teve gente que chorou. Sem tirar nem por: foi um curso curto mais muito rico em que eu cresci como pessoa, como filósofa e como artista. Nele descobri um talento e fiz novos amigos.
Em resumo acredito que Valécia conseguiu, da sua maneira, um despertar para o mundo da arte de uma maneira mais lúcida. Eu descobrir uma tendência, tonifiquei minhas potencialidades. Não gosto de pensar nesse curso como mera terapia, mas, sem dúvida me ajudou a crescer muito. Devo muito ao Palacete e ainda mais a Valécia. Agradeço pela maneira de trabalhar, pela delicadeza, pelas observações importantíssimas e pela força.
E é isso.
Raquel Maciel